Broken dreams

Enquanto caminhava pelas ruas tranquilas da cidade, meus olhos se fixaram em algo incomum que repousava no chão. Uma boneca quebrada, negligenciada e desprovida de suas pernas, parecia abandonada e esquecida pelo tempo. Curiosa, aproximei-me dela, atraída por sua aura misteriosa.

A boneca, uma vez adorada por alguém, agora parecia ter perdido sua essência. Seu rosto delicado e sujo revelava uma expressão triste e solitária. As roupas outrora bonitas estavam faltando impedindo de imaginar histórias de brincadeiras passadas, enquanto os cabelos ausentes testemunhavam o abandono.

Peguei minha câmera, sentindo uma necessidade inexplicável de capturar aquele momento. O cenário decadente da boneca em meio à paisagem urbana criava um contraste marcante. Os prédios altos e modernos ao redor pareciam indiferentes à existência dessa figura quebrada e desamparada.

Enquanto me ajoelhava para enquadrar a imagem perfeita, fiquei imaginando quem teria sido o dono daquela boneca. Seria uma criança que a amava e cuidava com carinho? Ou teria sido abandonada por uma família que se mudou para longe? As perguntas ecoavam em minha mente, mas as respostas permaneciam um mistério.

Naquela fotografia, a boneca se tornou um símbolo da fragilidade humana e da impermanência da vida. Ela representava todas as memórias e histórias esquecidas que residem nas ruas e becos da cidade. Era como se, ao fotografá-la, eu estivesse dando voz a uma figura silenciosa e desamparada.

À medida que me levantava, deixando a boneca para trás, senti uma mistura de melancolia e gratidão. Aquele encontro inesperado com a boneca quebrada me fez refletir sobre a importância de valorizarmos as coisas que possuímos e as pessoas que amamos. Também me recordou da efemeridade da vida e da beleza encontrada nas imperfeições.

A foto que capturei da boneca quebrada e sua história desconhecida, permanecerá como um lembrete visual dessa experiência. Uma imagem que nos convida a olhar mais atentamente para o mundo ao nosso redor e nos conectar com as histórias que muitas vezes passam despercebidas.