Mother! - 2017 - Director: Darren Aronofsky

avatar

Nothing like writing about a controversial film. And I love controversial films, but not forced and stupid things like a Serbian Film or trash like that. Cinema can be controversial and disturbing with a high level of quality and that’s exactly what we can expect from a director like Darren Aronofsky, who practically doesn’t know how to make a bad movie. Since his first great success "Pi (or π)" of 1998 he has been doing great works until he reached his probable peak, which was Black Swan that reached high levels of viewers and still maintained quality and depth enough to please fans of cult pop cinema, and in terms of quality, the film is indeed a work, focusing on many details of the protagonist's psychological state and taking the narrative to an unexpected level. But, nothing Darren Aronofsky has done so far has come close to the level of deconstruction and philosophical impact that "Mother!" would arrive.

source

The story of Mother! it has two layers, those who have seen it know, those who have not seen it, may not want to know or maybe even prefer to know. It is the type of film that, in my view, needs the early spoiler to be better understood, since it works with a complex concept almost of metalanguage. But let's start with the simple synopsis: - A couple lives in a large mansion in the countryside, the young wife has a great love for her husband, she takes care of the house, keeps herself busy restoring the mansion that at some point in the past had been affected by a fire. The husband in turn spends his time trying to recover lost creativity, as he had when he was known as a renowned poet. Things start to get off track when a series of unwanted visitors show up and make the wife extremely uncomfortable and uncomfortable. Little by little her life, mostly it’s going to be hell and she doesn’t know why after all her husband doesn’t impose himself and makes it all stop.

Such a empty synopsis, huh?

Spoiler Alert

source

Now let's talk about what is known about the main idea behind the conception of Mother! I didn't go after it to find out if Aronofsky was trying to prevent this idea from being publicized before viewers watched or the idea was to be a surprise. But OK, lets go. The movie Mother! it is a kind of parable, an analogy to the Bible and several facts that occurred within this Christian mythology. The husband is God, this is not clear during the film, where the characters or names have, but in the credits he is referred to as: HE. While his wife is the MOTHER. In this case, Mother Earth. The film goes through numerous phases of the Christian relationship with humanity. Beginning with the arrival of Adam (who is not named either), an uncomfortable visitor who begins to take away the peace of the Mother. The classic moment to become aware of this situation is when the actor Ed harris who plays the probable Adam is vomiting in the toilet and has a bloody bruise on his ribs, then his Eva, another person who bothers the peace of the Mother and begins to bring problems to the home. When the couple fails to comply with their mother's orders not to enter "paradise" (God's office, where he creates), they are expelled from the room. From then on, there are countless biblical references, for example the moment when a multitude of people appear at the couple's house for the funeral of Abel (the son killed by flood). I sincerely prefer not to continue because even though it’s a spoiler moment, I think that knowing the basics about the religious connection of history is enough to enjoy the work without losing all the surprises that are yet to come.

Trailer from Youtube

If somehow you think that this story could be monotonous, think again, despite the whole film being set inside a house (the planet earth), the level of chaos and agony that Aronofsky was able to transpose to the cinema with his claustrophobic and constant filming, a very raw sensation of a play and the violent impacts of certain moments in history guarantee a palette of emotions. I honestly can't quite understand the people who saw it and didn't like it. Because at first glance, the impression is that if you didn't like it, it was because you didn't understand it, and if you didn't understand it, it was because you didn't know what the movie was about before watching it. Because, honestly, the film doesn’t make it clear that this allegory is just as I explained, you may even be suspicious of certain things, but without this basic tip, it is difficult to get the details, and you will just find that it is a very distressing film about a couple who lives in a situation of chaos when having their life and home invaded by an absurd amount of unwanted characters. And that she still needs to deal with the mother's pregnancy in the meantime. Yes ... pregnancy.

Movie: Mother!
Year: 2017
Genre: Drama
Director: Darren Aronofsky
Length: 121 Mins

Thomas H N Blum

Movie-Divider.png

Nada como escrever sobre um filme controverso. E eu adoro filmes controversos, mas não coisas forçadas e estúpidas como um Serbian Film ou lixos desse tipo. O cinema pode ser controverso e perturbador com um alto nível de qualidade e isso é exatamente o que podemos esperar de um diretor como Darren Aronofsky, que praticamente não sabe fazer filme ruim. Desde seu primeiro grande sucesso "Pi (ou π)" de 1998 ele veio fazendo grandes obras até chegar no seu provável ápice, que foi Black Swan que atingiu altos níveis de expectadores e ainda assim manteve qualidade e profundidade o suficiente para agradar os fãs do cinema cult pop, e em termos de qualidade, o filme é de fato uma obra, focando em muitos detalhes do estado psicológico da protagonista e levando a narrativa para um nível não esperado. Mas, nada que Darren Aronofsky tinha feito até então chegou perto do nível de desconstrução e impacto filosófico que "Mother!" chegaria.

A história de Mother! tem duas camadas, quem viu sabe, quem não viu, pode não querer saber ou talvez até prefira saber. É o tipo de filme que ao meu ver, precisa do spoiler adiantado para ser melhor compreendido, já que trabalha com um conceito complexo quase de metalinguagem. Mas vamos começar pela sinopse simples: -Um casal vive em uma grande mansão no campo, a jovem esposa tem um grande amor por seu marido, ela cuida da casa, mantém-se ocupada restaurando a mansão que em algum momento do passado havia sido afetada por um incêndio. O marido por sua vez passa seu tempo tentando recuperar a criatividade perdida, tal como tinha quando era conhecido como um renomado poeta. As coisas começam a sair do eixo quando uma série de visitantes indesejados aparecem e deixam a esposa extremamente desconfortável e incomodada. Pouco a pouco a vida dela, principalmente vai se tornando um inferno e ela não sabe por que afinal de contas seu marido não se impõe e faz com que aquilo tudo pare.

Sinopse meio vazia ein?

Spoiler Alert

Agora vamos falar aquilo que se sabe sobre a ideia principal por de trás da concepção de Mother! Eu não fui atrás para descobrir se Aronofsky estava querendo evitar que essa ideia fosse divulgada antes dos expectadores assistirem ou a ideia era ser uma surpresa mesmo. Mas ok, vamos lá. O filme Mother! é uma espécie de parábola, uma analogia à Bíblia e de vários fatos ocorridos dentro dessa mitologia cristã. O marido é Deus, isso não fica claro durante o filme, onde os personagens nem nomes tem, mas nos créditos ele é referido como: ELE. Enquanto a sua esposa é a MÃE. No caso, a Mãe-Terra. O filme passa por inúmeras fases da relação cristã com a humanidade. A começar pelo momento da chegada de Adão (que não é nomeado também), um visitante incômodo que começa a tirar a paz da Mãe. O momento clássico para tomar consciência dessa situação é quando o ator Ed harris que interpreta o provável adão está vomitando no vaso sanitário e tem um machucado ensaguentado nas costelas, em seguida surge então sua Eva, mais uma pessoa que incomoda a paz da Mãe e começam a trazer problemas para a casa. Quando o casal descumpre as ordens da mãe de não entrarem no "paraíso" (o escritório de Deus, onde ele cria), são expulsos do quarto. Dali pra frente são inúmeras as referências bíblicas, como por exemplo o momento onde uma infinidade de pessoas aparece na casa do casal para o funeral de Abel (o filho morto por Caím) e no meio do caos que se instaura, algumas pessoas destroem a tubulação da casa e inundam todos os cômodos (o dilúvio). Eu sinceramente prefiro não continuar por que mesmo sendo um momento de spoiler, acho que sabendo o básico sobre a conexão religiosa da história já é o suficiente para degustar da obra sem perder todas as surpresas que ainda haverão.

Trailer from Youtube

Se de alguma forma você considera que essa história poderia ser monótona, pense novamente, apesar do filme todo se passar dentro de uma casa (o planeta terra), o nível de caos e agonia que Aronofsky conseguiu transpor para o cinema com sua filmagem claustrofóbica e constante, uma sensação muito crua de uma peça teatral e os impactos violentos de determinados momentos da história garantem uma paleta de emoções. Sinceramente não consigo compreender muito bem as pessoas que viram e não gostaram. Por que na primeira vista, a impressão que dá é que se você não gostou foi por que não entendeu, e se não entendeu, foi por que você não soube do que se tratava o filme antes de assisti-lo. Pois, sinceramente, o filme não deixa claro tratar-se dessa alegoria tal como expliquei, você pode até desconfiar de determinadas coisas, mas sem essa dica básica, fica difícil pegar os detalhes, e vai achar apenas que se trata de um filme muito angustiante sobre um casal que vive uma situação de caos ao ter sua vida e casa invadida por uma quantidade absurda de personagens indesejados. E que ainda precisa lidar com a gravidez da Mãe nesse meio tempo. Sim... a gravidez.

Filme: Mãe!
Ano: 2017
Gênero: Drama
Diretor: Darren Aronofsky
Duração: 121 Mins

Thomas H N Blum



0
0
0.000
9 comments
avatar

Eu sou totalmente apaixonada por esse filme. E juro que ao ler sua crítica sobre ele me arrepiei em vários momentos me lembrando das cenas. Esse filme foi tão impactante para mim, que eu só o vi uma vez, logo quando lançou e não assisti mais. Porém, um dia pretendo. Me emocionei demais vendo, sem dúvida um dos meus filmes favoritos da vida.


Posted via proofofbrain.io

0
0
0.000
avatar

Entendo bem o que quer dizer! Também me impactei muito com ele, achei intenso de várias formas e inclusive estranhei ele não ter entrado ao menos pra lista do Óscar do ano, mas enfim, acabei vendo muita gente torcendo o nariz pra ele, não consigo entender o que exatamente não agradou. É um filme incrível! Obrigado por ler e comentar :)

0
0
0.000
avatar

Quando o assunto é fazer filmes com temáticas polêmicas e narrativas controversas, Darren Aronofsky dá uma aula de excentricidade de alto nível.

Gosto muito desse filme e da proposta que ele traz.

0
0
0.000
avatar

Sim, o cara sempre capricha né? Sempre fico na expectativa dos filmes dele. Valeu, brother.

0
0
0.000
avatar
(Edited)

Oh, mother! was breathtaking! Even if I forget the biblical allegory, the thrilling journey itself is noteworthy enough! There are a lot of inspirations too. That yellow stuff she meddles with, it is noted to be from The Yellow Wallpaper, a Victorian story.

I read the book of course, and in that light, mother! can be seen from a feminist point of view too, if you want to. :)

0
0
0.000
avatar

I didn't know about this possibility of the other interpretation, but it makes perfect sense too! I loved hearing about this relationship with The Yellow Wallpaper, this is a book I want to read and I haven't had a chance yet! Thanks for reading and commenting!

0
0
0.000
avatar

Me encantó tu análisis :). Sé el suficiente portugués para entenderte :)

0
0
0.000