What will be written on your obituary? (memento mori) // O que será escrito em seu necrológio? (memento mori)

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(Edited)

I've always been very curious about when our ancestors first realized the finitude of life and the despair of not understanding what will happen next. It is obvious that discussing this subject we will leave for symbolic, mythological and religious explanations in an infinite way and a simple post here will not be enough.

I remember when I had this awareness for the first time, at a very young age, at my maternal grandfather's wake, and I remember that it was from then on that this agony of the certainty of death began to terrify me. Briefly speaking, it was from this event that the diagnoses of depression, anxiety and panic syndrome were made and my personality was formed, and I was not even 10 years old. These are subjects that are still too delicate for me to deal with; even after more than a decade.

Lately, this "memento mori" is becoming more and more intense due to the pandemic and, with each new death, we see on social networks the ones paying homage with long texts, short texts, sad music, photos of the loved one, etc. And it's impossible not to put ourselves in the person's shoes: what will it be like when it's my turn?

Will there be tributes with sad songs? Will the columnist for the local newspaper be careful to write more than one paragraph about me? And my family, will you say anything else at my funeral?

Years ago, by chance, I came across this term "necrologio (obituary)" through the "disciples" of Olavo de Carvalho, who, in some of his writings, talked about the importance of building our obituary ourselves, that is, as if it were a small narrative or a "summary" of who we were in life. But to write it thinking about how we would like to be remembered after we leave and then, from there, we start working on ourselves so that we do justice to what we write there.

Even though I don't like much of the work of Olavo and his disciples, I find this technique of personal development very interesting and I started to use it in my life.

Every decision I make and every choice I make, I wonder if it will be a significant topic in my obituary to be proud of or if it will pass unnoticed in the lives of the people I love.

Talking about death has always been difficult for me; it's not a subject I run away from, as this sense of ephemerality permeates my thoughts almost daily, and I've had times when I turned it into an ever-growing panic.

This is a topic that I intend to write more about as I get more organized in my studies.

I decided to put it in parts with the title "Memento Mori" so that I myself have here, registered, this subject that torments and admires me so much.

Thanks for reading.

Hugs. <3


Sempre tive muita curiosidade a respeito de quando nossos ancestrais perceberam pela primeira vez a finitude da vida e o desespero em não entender o que acontecerá depois. Óbvio que discutindo esse assunto partiremos para explicações simbólicas, mitológicas e religiosas de forma infinita e um simples post por aqui não será suficiente.

Eu lembro de quando eu tive essa consciência pela primeira vez, bem novinha, no velório do meu avô materno e lembro que foi a partir dali que essa agonia da certeza da morte começou a me aterrorizar. Resumidamente falando, foi a partir desse acontecimento que os diagnósticos de depressão, ansiedade e síndrome do pânico foram se fazendo e formando minha personalidade, e eu não tinha nem 10 anos. São assuntos que ainda são muito delicados para eu tratar; mesmo tendo passado mais de uma década.

Ultimamente esse "memento mori" está cada vez mais intenso por conta da pandemia e, a cada nova morte, vemos nas redes sociais os entes homenageando com textos longos, textos curtos, músicas tristes, fotos da pessoa amada etc. E é impossível não nos colocarmos no lugar da pessoa que faleceu: como será quando chegar a minha vez?

Haverão homenagens com músicas tristes? A colunista do jornal local terá o cuidado de escrever mais de um parágrafo sobre mim? E minha família, falará alguma coisa a mais em meu enterro?

Anos atrás, por um acaso, conheci esse termo "necrológio" através dos "discípulos" do Olavo de Carvalho, que, em algum de seus escritos, falou sobre a importância de construirmos nós mesmos nosso necrológio, ou seja, como se fosse uma pequena narrativa ou um "resumão" de quem fomos em vida. Mas escrevê-lo pensando em como gostaríamos de ser lembrados depois que partirmos e então, a partir daí, começarmos a trabalharmos em nós mesmos para que façamos jus ao que escrevermos ali.

Mesmo não gostando de boa parte do trabalho do Olavo e de seus discípulos, acho muito interessante essa técnica de desenvolvimento pessoal e comecei a utilizá-la em minha vida.

Cada decisão que eu tomo e cada escolha que faço, penso se será um tópico significante no meu necrológio a se orgulhar ou se passará batido na vida das pessoas que eu amo.

Falar sobre a morte sempre foi difícil para mim; não é um assunto que eu fuja, pois essa sensação de efemeridade permeia meus pensamentos quase diariamente e já tive épocas em que transformava isso num pânico cada vez mais crescente.

Este é um tema que pretendo escrever mais na medida que eu vá me organizando mais em meus estudos.

Decidi colocar em partes com esse título "Memento Mori" para que eu mesma tenha aqui, registrado, esse assunto que tanto me atormenta e me admira.

Obrigada pela leitura.

Abraços. <3

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Eu particularmente nunca tinha ouvido falar em necrológio, mas achei interessante. Já pensei muito sobre a morte, e também já sofri algumas crises de ansiedade por causa disso. Porém, há um ano minha forma de pensar sobre a morte mudou drasticamente. Hoje em dia eu cheguei a conclusão que não importa o que aconteça depois da morte, eu aceito; pois eu tenho certeza que ninguém nunca vai embora realmente.

Estamos aqui hoje e somos consequências de milhares de anos. Somos poeiras de estrelas... E quando morremos, voltamos a ser de certa forma. Quanto ao espirito, acredito que volte para alguma fonte de luz ou que volte a reencarnar... Essas crenças me ajudaram a lidar com isso com tranquilidade.

Mesmo que não existe reencarnação, acredito que parte de nós sempre fica nesse universo tão misterioso que vivemos. Como creio que somos parte do todo, passei a ver a morte apenas como um processo.


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Também tenho uma convicção de que essa vida não termina assim, dessa forma; que existe algo mais e realmente tranquiliza um pouco acreditar nisso.


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O mais interessante é que o máximo que conseguimos pensar a respeito do tema é exatamente: -Como os outros irão agir? O que irão pensar, sentir ou dizer?
Já que não temos capacidade de compreender o que de fato estará acontecendo conosco, se existiremos, continuaremos ou não, mas quanto mais se constrói a vida e mais se ergue cada pedra da castelo que forma nossa estrutura familiar, emocional e física, mas sério fica o desejo de ao menos deixar as coisas ajeitadas, acertadas. Eu espero sinceramente chegar na calmaria da idade, onde morrer torna-se de fato um descanso (seja real ou não a ideia do descanso pós morte) e não tanto uma preocupação em "não partir". Para nós, ainda jovens é muito doloroso pensar no assunto (muitos dirão que não), mas nós, os "ruminadores" temos essa tendência. E eu, sinceramente evito pensar. E sempre, sempre, tem muito mais a ver com "o que serão dos outros" e não "o que será de mim". E por mais existencialista que isso seja, a única consolação para as hipóteses de uma morte prematura ou repentina que tenho, que utilizo como um mantra amargo é: Se um dia eu partir antes da hora, não importa o que os outros vão sentir ou pensar, o quanto será difícil para eles. Não por que eu não me importo (Eu SÓ me importo), mas por que estando morto, nada mais pode ser feito pelo meu personagem. Ou imediatamente irei cessar qualquer conexão e raciocínio com universo, ou eu estarei em algum plano dimensional do qual não poderei ficar atrelado a uma camada de lembranças e pesares. Ou seja, de todo jeito, se acontecer, aconteceu. Vida que segue para todos. E para fechar menos amargo:
A vida sempre encontra um jeito. Cada um que aqui continua tem o impulso inerente de encontrar o caminho mais doce de sua própria vida, todos terão pedras no caminho, mas todos poderão construir seus próprios castelos e apesar de nós não estarmos aqui pra sempre, cada um conseguirá seguir sua própria pulsão de vida.


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Engraçado como colocamos só o outro sob perspectiva quando pensamos em nossa morte. Falo isso porque tem alguns pontos desse teu pensamento que eu concordo e sinto. É sempre essa preocupação: a minha morte vai machucar mais às pessoas que gostam de mim do que a mim mesmo.

Não sei dizer se isso é um pensamento egoísta ou altruísta demais!


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Sim... Impossível não pensar na letra do Carpinteiro do universo, do Raul:
"-O meu egoismo, é tão egoísta
Que o auge do meu egoismo é querer ajudar"

Coisa bem humana.

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Points were gathered by downvoting a cyber bully that just goes past moral and ethical standards despite his "help" in the community. Power truly has corrupted this individual and he has refused reason to even see it. If you want to support me just make the bullies talk so I have something to DV and/or point out those that are shadow banning others for no valid reason. Thank you.

Cheers

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