#FILMOTECA# - "Escape Room" (2019)

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(Edited)

Orange Magazine

Sinopse: Quando seis estranhos percebem que estão presos em um perigoso jogo envolvendo misteriosas salas que se movem revelando armadilhas mortais, eles precisam se juntar e usar à inteligência deles para encontrar uma saída o mais rápido possível.

Nada se cria, tudo se copia. Esse frase pode ser aplicada em qualquer segmento porque nos dias de hoje é praticamente impossível criar algo 100% original. Em especial, dentro do mundo do entretenimento onde os filmes são a atração principal, tentar inovar ao apresentar o público algo novo é difícil... Mas tudo se torna ainda pior quando além de reutilizar tantas ideias já conhecidas, o filme não consegue acrescentar nada que possa ser classificada como algo tão diferente.

Den of Geek

Fazendo uma breve recapitulação dos anos mais recentes do Cinema, não é preciso fazer muito esforço para perceber a grande quantidade referências a diversos outros filmes do mesmo gênero que estão prestes neste aqui. Literalmente, trata-se de uma inundação de ideias que já foram utilizadas e reutilizadas sob as mais diferentes perspectivas. É claro que isso não inviabiliza o fato delas poderem ser utilizadas novamente, desde que haja algo de singular no que está sendo contado.

Não há dúvidas que essa falta originalidade em meio a um verdadeiro desfile de clichês repletos de falta de inspiração é o pior dentre os tantos erros que navegam cada vez mais fundo no roteiro desse filme, que a cada nova cena deixa claro o quão precária é a abordagem e o quão problemático é tratamento da história em si. Por mais que existam alguns momentos onde à trama tenta decolar aproveitando-se de um ou outro momento mais feliz (onde consegue um mínimo clima de suspense, ansiedade ou tensão consegue ser estabelecido)... É apenas uma questão de segundos até que os erros engulam o filme novamente.

My Favorite Horror

O roteiro aposta na velha fórmula de misteriosamente confinar estranhos com perfis totalmente opostos (onde cada um deles vive um momento difícil na vida particular) em um local inóspito e ao fazê-los encarar situações de perigo em troca de uma alta premiação em dinheiro, observar como eles irãos se comportar até que a solução do problema seja encontrada. Porém, quando eles descobrem que as salas de fuga onde eles estão equipadas com vários tipos de perigosas armadilhas... Eles se dão conta de que o perigo é real e imediato.

Uma vez que esse conflito psicológico torna-se um elemento adicional e essencial do jogo, capaz de criar uma desestabilização em um nível cada vez mais alto, a inicialmente frágil relação entre os personagens (que por sinal, são péssimos... eles caricatos ao extremo, mal desenvolvidos e interpretados por um elenco notavelmente risível e com atuações muito fracas) vai ficando mais próxima quando eles percebem a necessidade de ter que lutar juntos. Entre erros e acertos eles vão avançando para as próximas salas e no meio da busca pela saída, alguns deles vão morrendo sob circunstâncias que quando não são estúpidas pecam pela má execução.

Polygon

Confesso que eu fiquei muito impressionado (no sentido negativo) com a previsibilidade do roteiro (que inclusive, tinha potencial para ser muito mais do que realmente é). De um modo geral, por mais que haja um certo apelo visual por parte da equipe de produção no que se refere à maneira em como a história vai se construindo e é apresentada ao público (por exemplo: os cenários são muito bons, eles tem uma fotografia interessante e em sua maioria são bem aproveitados ao serem explorados de forma ampla), não demora muito para os pouquíssimos acertos do roteiro começarem a se repetir e a previsibilidade dos acontecimentos começar a ficar cada vez mais perceptível.

Além disso, os roteiristas não economizaram nas cenas em que eles acham válida à ideia de querer explicar (muitas vezes nos mínimos detalhes) cada passo dos personagens em sua dinâmica de interação artificial (tudo neles soa falso... é um péssimo trabalho de construção de personagens) como se à trama fosse algo extremamente complexo a ponto de existir a necessidade de um auxílio extra para comprendê-la. Isso sem mencionar o fato de que o roteiro entrega uma boa parte do seu clímax já em suas primeiras cenas (antes mesmo do título do filme surgir na tela!).

Um vibe meio pop domina o trabalho irregular feito pelo diretor Adam Robitel. Ele opta por mesclar um certo grau de violência e ansiedade com uma presença bem discreta de sangue. Em certos momentos isso funciona porque alguns takes são assertivos e trazem um ar com cheiro de algo novo para a temática (e isso inclui alguns enquadramentos de ângulos), mas a falta de ousadia em abraçar a ideia e ir a fundo no que realmente precisava acontecer faz à narrativa ficar leve demais (principalmente quando é comparada aos demais filmes do mesmo gênero).

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Austin Chronicle

Em poucas palavras, eu poderia dizer que dentro do gênero em que que Escape Room tenta desesperadamente conseguir um lugar, ele falha miseravelmente em todos os aspectos possíveis e acaba sendo apenas mais um título que rapidamente será esquecido muito em breve (caso o estúdio não queira investir em futuras sequências... como fica claro no final do terceiro ato).



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